segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Cicatriz...

"Mas lembrar-se com saudade é
como se despedir de novo."
(Clarice Lispector)

Eu tive uma grande perda há cerca de um mês, na verdade há um mês e três dias.
Passei o pior dia da minha vida até aqui. Doeu tanto, e ainda dói, que eu mal consigo descrever o tamanho da dor.
Ainda não posso dizer que vejo um luz no fim do túnel. Sendo otimista, eu não acredito que haja mesmo esta luz.
Minha vida seguiu, mais amargurada, é verdade, mas seguiu. Confesso que, se fosse pra eu optar, escolheria não seguir, não virar a página. A morte tem dessas coisas, né? Nos tira o chão e as certezas.
Exatamente isso: me tirou a certeza!
A certeza que eu teria sempre sua companhia e a sua alegria.
Levei um tombo feio do alto da minha convicção espírita. Não perdi a fé, claro, mas a perspectiva muda quando acontece conosco, não? Bom, foi assim comigo.
No primeiro final de semana após a morte da minha tia, minha mãe e eu inconsoláveis, procurávamos [e ainda procuramos] qualquer coisa pra distrair a cabeça, tirar o foco de toda a tristeza que sentíamos, embora, é claro, não resolvesse muita coisa.
Assistimos a um filme, "Anjos Rebeldes". A princípio pensei que fosse algo de espírito, ou terror em geral, para a minha agradável surpresa, se tratava de um filme altamente feminista [a minha cara].
Tudo isso pra falar que no meio do filme, quando a protagonista ta sofrendo pra burro na cadeia, junto com suas companheiras sufragistas, elas cantam juntas uma canção, que eu acredito ser bem antiga, pq. o filme era de época, com a legenda em português da
letra.
Choramos, claro, silenciosamente, mas nos entendendo mutuamente dentro de nossas tristezas. Estamos condenados a passar por esse tipo de situação para sempre. A morte deixou esta cicatriz e toda vez que algo nos remeter às lembranças boas, essa cena vai se repetir, choro silencioso e de saudade!
Segue a letra da tal canção, que eu não consegui descobrir de quem é originalmente, achei diversas versões.
Era isso.

I was standin' by my window
On a cold and
cloudy day
When I saw that hearse come rollin'
And it took my mother
away

Will the circle be unbroken
By and by-y, by and by
There's
a better home awaitin'
In the sky Lord, in the sky

Lord, I told that
undertaker
Undertaker please drive slow
For that lady that your takin'
Lord, I hate to see her go

Will the circle be unbroken
By and
by-y, by and by
There's a better home awaitin'
In the sky Lord, in the
sky

I will follow close behind her
Try to hold up and be brave
But I could not hide my sorrow
When they laid her in her grave

Will the circle be unbroken
By and by-y, by and by
There's a
better home awaiting
In the sky Lord, in the sky

Will the circle be
unbroken
By and by-y, by and by
There's a better home awaiting
In
the sky Lord, in the sky

Will the circle be unbroken
By and by-y, by
and by

domingo, 20 de dezembro de 2009

Um tiro no escuro...


"Acho que não sei quem
sou, só sei do que não gosto."
(Legião Urbana)
Sempre mantive o hábito de ler blogs alheios, os admirava, buscava algo da minha personalidade neles, mas sempre tive certeza de que nunca seria capaz de manter um blog.
Enfim, cá estou, me desafiando a manter este.
Vou buscar o meu própiro estilo, descrevendo meus pensamentos, ou não.
Posso falar das coisas que mais gosto, das que menos gosto e de todo o resto.
Não sei exatamente o que esperar de mim mesma e muito menos imagino a quem estou escrevendo.
Como o próprio título do blog já diz, são pensamentos partidos, quebrados, não concluídos, interropidos, incompletos...
Não sei se colocarei fotos, imagens, músicas ou vídeos, a única coisa que sei que posso prometer é que não vou prometer nada.
Não vou correr o risco de me ver presa a uma promessa feita assim no escuro a alguém que desconheço completamente.
Era isso!